Como fazer mais com menos — e melhor — virou o grande dilema da saúde brasileira. Com custos crescentes, pressão por ampliação do acesso e orçamentos limitados, a equação parece, à primeira vista, impossível. Mas será que é?
Não estamos sozinhos nesse desafio. Segundo a Organização Mundial da Saúde, até 40% dos recursos globais em saúde são desperdiçados em práticas ineficientes, intervenções desnecessárias e falta de coordenação. No Brasil, o Tribunal de Contas da União estima que quase um terço do orçamento da saúde é perdido por problemas de gestão. Ou seja: antes de pensar em cortar, é preciso olhar para onde e como se investe.

O problema não é gastar menos — é gastar mal.
Em muitos hospitais, fluxos de alta mal estruturados mantêm leitos ocupados além do necessário. Em operadoras, o modelo tradicional de pagamento por serviço incentiva a realização de procedimentos, e não a obtenção de resultados. E quando os dados estão espalhados ou mal organizados, a tomada de decisão fica no escuro.
Essa lógica gera o pior dos mundos: custos altos, acesso limitado e pouca previsibilidade sobre a qualidade do cuidado entregue.
Eficiência começa com dados.
Não dá para melhorar o que não se mede. Estruturar dados clínicos e operacionais, identificar gargalos e comparar desempenho entre equipes e unidades são os primeiros passos para mudar esse cenário.
Com informações bem organizadas, é possível:
- Otimizar o tempo de permanência e aumentar o giro de leitos;
- Reduzir exames e procedimentos desnecessários;
- Engajar o corpo clínico em metas de qualidade;
- Melhorar os desfechos assistenciais e, ao mesmo tempo, controlar os custos.
Um exemplo concreto: quando valor vira resultado
Uma singular do Sistema Unimed, no estado de São Paulo, mostra como isso é possível. Em parceria com a 2iM, implantou um modelo de remuneração por desempenho baseado no Escore de Valor em Saúde (EVS). O resultado? Mais de R$ 7,5 milhões em bonificações foram distribuídos em 2024 para os profissionais com melhor entrega clínica. E, ao mesmo tempo, houve uma queda significativa na realização de exames desnecessários — com impacto direto na redução da sinistralidade.
Não se trata somente de pagar diferente, mas de gerir diferente. A diferença está no método.
A lógica do valor: mais qualidade, menos desperdício
A OMS define valor em saúde como os resultados que realmente importam para os pacientes divididos pelo custo total necessário para alcançá-los. Essa visão tem inspirado reformas em todo o mundo — e começa a ganhar força também no Brasil.
A boa notícia é que já temos tecnologia, dados e modelos para tornar isso viável. Não é mais sobre se dá para fazer. É sobre quem está disposto a mudar a maneira como enxerga, mede e remunera o cuidado.
Transformando valor em resultado: como a 2iM apoia instituições na tomada de decisão
Na 2iM, esse é o nosso foco. Atuamos para apoiar operadoras, hospitais e instituições públicas a tomarem decisões baseadas em dados concretos, com metodologias estruturadas e tecnologia aplicada à realidade do sistema de saúde brasileiro. Nossa principal ferramenta é o Escore de Valor em Saúde (EVS), uma métrica desenvolvida para avaliar, de forma integrada, a eficiência, a qualidade e a efetividade do cuidado prestado — considerando desde o uso adequado de recursos até os desfechos alcançados para o paciente.
A partir dessa base analítica, estruturamos soluções para medir performance de profissionais, identificar gargalos clínico-operacionais, aprimorar modelos de remuneração e orientar investimentos com foco em resultado. A experiência com dezenas de instituições mostra que é possível gerar impacto mensurável, ampliando o acesso e aumentando a sustentabilidade, sem abdicar da qualidade assistencial.
Fazer mais com menos é possível. E o primeiro passo é enxergar onde está o valor.