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Dados para Medir Valor em Saúde

Atualmente as discussões sobre Valor em Saúde têm sido travadas na maioria dos eventos sobre gestão de saúde. Este novo paradigma está sendo posto como uma das maiores alternativas para a sustentabilidade dos sistemas de saúde, seja ele público ou privado.

O grande desafio é colocar isso em prática.

Kaplan e Porter deixam claro que “estamos medindo coisas erradas e do jeito errado”.

Pela nossa prática trabalhando com projetos de analytics, nos deparamos com três tipos de conjunto de dados: dados existentes e disponíveis, dados existentes e não disponíveis e dados não existentes e necessários.

O desafio do gestor está em ter consciência, primeiro do que quer medir e depois de como ter acesso aos dados que gerarão as métricas almejadas.

A maior frustração está no segundo tipo de conjunto de dados: dados existentes e não disponíveis.

O exemplo disso foi discutido no pôster que publicamos no Congresso da ANAHP no ano passado: “Avaliação de desempenho da rede hospitalar de uma operadora de saúde: por que é tão difícil?”. Este artigo foi vencedor da Sessão Pôster do 6º Congresso Nacional de Hospitais Privados. Quem quiser lê-lo na íntegra, acesse: https://2im.com.br/2019/01/04/por-que-e-tao-dificil-avaliar-desempenho-da-rede-hospitalar/

A conclusão do artigo foi clara: os dados assistenciais mínimos necessários estão no prestador, ele não é compartilhado com o pagador e, portanto, não tem como avaliar a qualidade da assistência prestada. Temos que padronizar o Conjunto Mínimo de Dados e melhorar muito a TISS se quisermos evoluir para uma gestão mais transparente e centrada no paciente.

Quanto aos dados inexistentes, mas necessários, o desafio existe mas é menor, pois depende da boa vontade dos gestores e de investimentos para disponibilizar ferramentas, devices, wearables, apps para coleta de PREMs (Patient-Reported Experience Measures) ou outra forma de geração e captura destes dados.

Em resumo, os gestores devem:

  1. Tem consciência do que quer medir. Se o conceito de Valor estiver valendo aqui, buscar os indicadores que realmente são importantes para o paciente;
  2. Buscar mais transparência na troca de informações entre pagadores, prestadores e pacientes revisitando o Conjunto Mínimo de Dados, “turbinando” a TISS e revendo a regras de transparência de informações de saúde, sem ferir os preceitos éticos;
  3. Implantar novas tecnologias que permitam gerar dados relevantes para as métricas definidas.

Sem as métricas adequadas não será possível embrenhar-se em qualquer projeto de Saúde Baseada em Valor, contemplando ou não modelos de remuneração.

Muito trabalho tem que ser feito, mas a boa notícia é que não temos mais espaço para incompetência.

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