Categorias
Value-Based Healthcare VBHC

VBHC Prize: a sustentabilidade do sistema de Saúde brasileiro concorre ao maior prêmio do setor

Para a premiação de 2024, a 2iM criou um ecossistema de soluções de VBHC para melhor avaliar, treinar e capacitar os profissionais de Saúde. E o resultado esperado é a conquista de uma medicina com mais valor

Para a premiação de 2024, a 2iM criou um ecossistema de soluções de VBHC para melhor avaliar, treinar e capacitar os profissionais de Saúde. E o resultado esperado é a conquista de uma medicina com mais valor

Por Luiz Ribas, MD, MSC, Diretor de Inteligência Médica da 2iM.
Foi professor de Medicina por mais
de 30 anos na UFPR e tem experiência em gestão pública da saúde, com um longo histórico de
atuação em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inteligência médica.

O maior prêmio mundial de VBHC [Value-based Healthcare, ou Saúde Baseada em Valor, como chamamos por aqui] está em sua fase final de votação para a escolha dos vencedores de 2024. E nós, da 2iM, estamos concorrendo na categoria principal junto a outros treze projetos de diferentes países, sendo os únicos brasileiros entre os finalistas.

O vencedor será anunciado no dia 15 de maio e, até lá, você pode votar no projeto “Sustentabilidade para o sistema de Saúde brasileiro”, da 2iM, no link:  https://vbhcprize.com/nominees-vbhc-prize-2024/

Concorrer entre os finalistas é motivo de orgulho para nós, e indica que estamos trilhando um caminho de reconhecimento internacional. Isso porque, em 2023, a 2iM venceu a categoria Dragons Endorsement do VBHC Prize, com um projeto em parceria com a UCB Pharma que avaliou a implementação de Escore de Valor em Saúde (EVS) em opções de tratamento e resultados para artrite reumatoide em uma Operadora de Planos de Saúde.

Este ano, depois de vencer o Dragons Endorsement 2023 contra
um projeto do Canadá, estamos lado a lado dos mais importantes projetos mundiais em VBHC para a disputa do campeão do VBHC 2024, que será anunciado em 15 de maio.

O VBHC Prize é um prêmio de alto prestígio mundial para quem busca Valor em Saúde. Criada por Robert Kaplan em 2014, dentro do escritório europeu da Harvard Business School, desde então a premiação recebe inscrições dos principais projetos de VBHC do mundo, divididos em dois tipos de inscrições: o VBHC Prize em si, que se divide em quatro subcategorias [entre elas a premiação na qual a Comunidade vota – justamente a que estamos concorrendo]; e o Dragons Endorsement, uma espécie de premiação de acesso para o prêmio maior – normalmente um concorrente primeiro se consagra vencedor do Dragons para depois se qualificar para o Prize.

Sustentabilidade para o sistema de saúde brasileiro: afinal, qual é a ideia?

Tudo começou com o projeto vencedor do Dragons Endorsement de 2023, apoiado pela UCB Pharma, cujo objetivo foi avaliar as opções de tratamento e resultados para pacientes com artrite reumatoide de uma operadora de planos de saúde. Para tanto, foi feita a implementação de Escore de Valor em Saúde (EVS), uma ferramenta exclusiva da 2iM e que consegue pontuar qual dos tratamentos disponíveis – que, nesse caso, variam o custo entre R$ 4 mil e R$ 20 mil – é o de maior valor para o paciente.

Depois disso, nossa meta para concorrer em 2024 começou com a evolução da ideia original para novas linhas de cuidado, como câncer de pulmão, de mama e de próstata, além de um novo projeto de artrite reumatoide dentro de um centro de infusão e um projeto para analisar a cólica nefrética dentro de uma clínica de dor.  Mas não paramos aqui.

Outra ideia foi aplicar o EVS em hospitais, redes hospitalares e ambulatórios de operadoras de saúde, como é o caso de várias Unimeds no Brasil que já usam os nossos serviços. Com isso, expandimos a medição do Escore de Valor em Saúde da linha de cuidado para uma avaliação mais amplificada. E, assim, encontramos nosso primeiro desafio: a dificuldade do acesso ao dado – e até mesmo a falta dele.  

A partir dessa etapa, nos dedicamos a criar uma maneira mais direta de apoiar as decisões de gestão hospitalar. O médico, em qualquer instituição, é obrigado a colocar o Código Internacional de Doenças (CID) no prontuário do paciente atendido por ele. Com o CID podemos usar o Diagnostic Related Group (DRG) ferramenta que determina a complexidade assistencial. Um jovem internado por pneumonia é menos grave de forma geral do que um senhor de 80 anos com pneumonia, porém também com diabetes e hipertensão. Então criamos o índice de sustentabilidade operacional hospitalar (ISOHOSP), baseado em cinco indicadores, todos feitos a partir de informações já disponíveis no DRG:

  1. Gestão do tempo permanência hospitalar;
  2. Alta com horário determinado;
  3. Taxas de mortalidade;
  4. Reinternação em até 30 dias após a alta;
  5. Faturamento hospitalar, que traz a informação de custeio.

Os indicadores analisados no ISO-HOSP dão ao hospital uma oportunidade de melhorar o faturamento ao mesmo tempo que elevam a qualidade da assistência oferecida ao paciente. Isso é Valor em Saúde.

Para o projeto que está concorrendo ao VBHC Prize, aplicamos o ISO-HOSP para uma rede de 129 hospitais e 1,3 milhões de internações e com exceção do indicador da alta com horário determinado, isso porque o DATASUS não tem esse tipo de informação. A nossa ideia é que, no futuro, a gestão em Saúde Pública possa compreender como está cada hospital da rede a partir de uma nota de 0 a 100 que o ISO-HOSP proporciona para cada instituição.

Mas não paramos por aí, era preciso treinar para o uso da ferramenta

Além de reunir dados e indicadores que ajudassem a gestão em Saúde a buscar mais valor, era também preciso capacitar os profissionais de Saúde no uso dessas ferramentas. Dessa forma, com o apoio da Pfizer, nós participamos na organização e execução de um Fórum Latino-americano sobre Câncer de Pulmão, que ocorreu na Colômbia, e reuniu 14 pessoas de seis diferentes países e representantes de prestadores de serviços, gestores de serviços e da indústria farmacêutica.

Neste evento, a 2iM proporcionou um programa de educação continuada com foco no pagamento baseado em valor, para a adoção do compartilhamento de risco no caso dessa patologia. A estratégia consistia em uma parte teórica e outra prática, na qual os profissionais construíssem um projeto baseado em VBA, value-based agreement ou pagamento baseado em valor.

Como último elemento de todo esse ecossistema que criamos para apresentar a Sustentabilidade para o sistema de Saúde brasileiro, fomos cadastrados  pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para fazer parte do projeto “Desenvolvimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde do Brasil”.  A ideia, que nasceu em 2005, é que haja um alto investimento do Governo Federal em empresas interessadas em compartilhar suas tecnologias, diminuindo estrategicamente a dependência brasileira no setor. Em troca, o produto compartilhado e já com a marca “Tecpar” garantiria  acesso ao mercado público, sem a necessidade de participar de licitações. No nosso caso, fomos cadastrados pelo Tecpar para compartilhar toda essa tecnologia descrita acima com  o Sistema Único de Saúde (SUS).

Construímos em nosso projeto, um verdadeiro movimento para a Saúde baseada em valor. E é por tudo isso que fomos selecionados como finalistas do VBHC Prize. Conto com a sua divulgação e votação!

Quer receber mais conteúdo como este?

ASSINE NOSSA NEWSLETTER