Nos últimos anos, o debate sobre saúde baseada em valor (VBHC) deixou de ser uma tendência internacional para se tornar uma urgência também no Brasil. A combinação de custos assistenciais crescentes, pressão por qualidade e expectativas mais altas de pacientes e reguladores desafia o modelo tradicional de pagamento por procedimento, que estimula volume e complexidade.
Um levantamento inédito do IBRAVS em parceria com a L.E.K. Consulting confirma essa virada de chave: embora somente 10% dos hospitais adotem hoje acordos efetivamente baseados em valor, 78% projetam ampliar esses modelos até 2030. O dado revela uma transição inevitável, mas também evidencia a dimensão do desafio — transformar um conceito amplamente reconhecido em prática cotidiana, sustentável e mensurável.
Desafios e oportunidades
Apesar do reconhecimento crescente, a adoção do Value-Based Healthcare (VBHC) enfrenta barreiras conhecidas: falta de confiança entre operadoras e prestadores, carência de dados estruturados e integrados, fragmentação do cuidado e resistência cultural. Médicos ainda temem interferência na autonomia, e operadoras receiam investir em prevenção sem garantia de fidelização. Além disso, a ausência de indicadores confiáveis de desfecho compromete a capacidade de remunerar pelo que realmente importa: os resultados clínicos.
Mesmo assim, 67% dos provedores planejam ampliar modelos baseados em performance até 2025, sinalizando amadurecimento. Experiências como as Accountable Care Organizations (ACOs) nos EUA e projetos regulatórios da ANS mostram que, quando incentivos são alinhados, a transição é viável.
Por que um framework era necessário
Diante desse cenário, o mercado brasileiro carecia de diretrizes claras e aplicáveis a sua realidade para orientar a transição. Hospitais e operadoras precisavam de um caminho que fosse ao mesmo tempo conceitualmente robusto e praticamente viável, capaz de padronizar métricas, alinhar incentivos e reduzir o risco de iniciativas isoladas. Foi dessa lacuna que surgiu a proposta de um framework nacional para estruturar linhas de cuidado, organizar dados de desfecho e guiar negociações sustentadas e baseadas por valor.
O framework como referência para o setor
O Framework – Um Caminho Prático para Valor em Saúde consolida cinco premissas centrais:
- Pagamentos Baseados em Valor são modelos híbridos, sempre vinculando parte do pagamento ao valor gerado com a assistência prestada.
- Uso do Escore de Valor em Saúde (EVS) como métrica indicada para medir valor.
- Estrutura prática e acessível, aplicável a organizações de todos os portes.
- Discussão, inicialmente, dos modelos mais prevalentes: FFS + valor, DRG + valor, Episódios + valor, Capitação + valor e acordos baseados em valor para incorporação de medicamentos e dispositivos médicos.
- Atenção a interoperabilidade, aspectos regulatórios e jurídicos para garantir aplicabilidade real.
Mais do que um guia conceitual, ele organiza linhas de cuidado específicas — como na oncologia, diabetes e obesidade, TEA e reabilitação pós-AVC — e propõe caminhos concretos para implantação, permitindo que pagadores e prestadores alinhem incentivos sem perder de vista a experiência do paciente.
Transformando diretrizes em prática: a 2iM como elo entre teoria e resultado
O framework estabelece o caminho; torná-lo realidade requer tecnologia preparada para decisões complexas e alinhamento entre todos os atores da saúde. É exatamente nesse ponto que a 2iM faz a diferença.
Certificada pelo IBRAVS como empresa de tecnologia para aplicação das modelagens do framework — e com seu Escore de Valor em Saúde (EVS) reconhecido internacionalmente na Holanda como referência em mensuração de valor —, a 2iM já incorporou todas as modelagens em seu sistema. Isso permite que hospitais e operadoras utilizem as soluções que estruturam e integram dados clínicos e financeiros, traduzem indicadores em decisões estratégicas e fortalecem a governança clínica.
Há mais de 15 anos, a 2iM transforma conceitos em resultados. Projetos já conhecidos — como iniciativas em odontologia, câncer de mama na Unimed Uberlândia e São José do Rio Preto — demonstram como dados consistentes, análise de desfechos e proximidade com clientes geram eficiência, sustentabilidade e valor para o paciente.
Com tecnologia e metodologia consolidadas, a 2iM mostra que o VBHC pode ser viável, aplicável e transformador — não apenas uma tendência, mas uma realidade que já conquista reconhecimento em arenas internacionais.
A próxima década definirá o ritmo da transição para um sistema de saúde onde o valor entregue ao paciente é o centro das decisões. O framework oferece um norte confiável, mas é a combinação de dados integrados, tecnologia aplicada e colaboração setorial que fará essa mudança sair do papel. Ao alinhar inovação tecnológica com objetivos clínicos e financeiros, o setor brasileiro pode finalmente transformar teoria em prática — e entregar mais saúde com melhor custo.